quarta-feira, setembro 26, 2007

La selección portuguesa de ráguebi



Anda por aí o pessoal muito entusiasmado e comovido com a tristíssima figura feita pela selecção de râguebi no campeonato do mundo da modalidade (isso existe mesmo?). Diz que foram aplaudidos no fim, e a mim só me faz lembrar quando as equipas dos distritais vêm jogar para a Taça a Alvalade e levam palmas e palavras simpáticas do pessoal ("Coitadinhos, tão giros, vieram ver como se joga a sério"). Ou aquelas reportagens da "Liga dos Últimos". Na verdade a diferença não é muito grande. Tantas derrotas quanto os jogos, e recebidos como heróis. Imagine-se se tem acontecido a improbabilidade de ganharem um. Diz que são amadores, que são a primeira equipa amadora a ir a um mundial coiso. E? Alguém respeitaria mais a selecção do Lichtenstein se fosse a um mundial de futebol? Alguém respeita mais a Grécia por ter conseguido a improbabilidade de ganhar o Euro'04 diante da selecção da FPF/Scolari? A mim soa-me muito a saloíce, desculpem-me. O curioso no meio disto tudo é que ia havendo um levantamento nacional contra a convocatória do Pepe para a selecção da FPF/Scolari, só porque o rapaz teve a sorte de ter nascido fora de Portugal, e ninguém se incomodou com os "portuguesíssimos" Juan Severino, Juan Murre e Cristian Spachuk da tal selecção de râguebi (e só refiro aqueles com nomes clarissimamente estrangeiros, dou de barato que os outros nomes suspeitos são apenas coincidência). Que fique claro que não tenho nada contra a Argentina, che. Lo que me aburre es la hipocrisía. Ninguém se incomoda (e bem) com os outros muitos nacionalizados não brasileiros (os aergentinos do râguebi, o Obikwelu, a Naide Gomes, o Nélson Évora, o Lampião Nélson, o Nani, etc.), mas cai o Carmo e a Trindade quando se trata de um brasileiro. Eu por mim nada tenho contra a inclusão de nacionalizados em selecções desportivas. Se têm BI português...

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